quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Os três porquinhos e o seu capital

Era uma vez três porquinhos, o palhotas, o madeira e o tijolo, como viviam os três ao relento e não sabiam muito bem como respirar o oxigénio directamente do vento, decidem começar a construir algo edificável que pudesse servir como um filtro ao mundo exterior. Um abrigo onde talvez pendurar um espelho ou até ter alguma privacidade.
Mas como não tinham mais nada para fazer, e ainda não tinha nascido o Karl Marx, vai de cada um construir a sua própria casa em vez da casa conjunta ou comunitária.
Um constrói uma casita de palha, o segundo não está pelos ajustes e lá deita abaixo umas árvores e constrói uma casa de madeira, sem pregos entra tudo por encaixe, e o terceiro porquito com uma pequena ajuda dos materiais de construção, muito em voga nas pocilgas, decide construir uma mansão de 90 quartos, 25 casas de banho, 500 salas e uns milhares de anexos no quintal.
Passado algum tempo de estarem instalados nos seus aposentos aparece-lhes um lobo à porta que para azar deles não era vegetariano, vai daí, toca de incomodar os arredondados porquinhos. Como o lobo até tinha bons pulmões, vai de começar a soprar contra a palhota do primeiro porquinho, que vai ser papado assim que a palha voar para longe, ou para perto, pouco importa, terminada a primeira deglutição, reage da mesma maneira contra a casita do porquinho amadeirado, um sopro e já está - ora bem então só falta mais um porquinho, e a malta despacha a história num ápice. Mas o pobre do lobo sopra uma, sopra duas, sopra três e nada, o raio da casa tem tijolo por todo o lado e assim não vai abaixo, até que o lobo desiste, e de tristeza, banhada em transparente frustração, morre pouco tempo depois de um destino irremediável.

Moral da história para porquinhos: se vives ao lado de lobos, constrói uma casa de pedra se os queres ver partir, ou de palha se os queres alimentar.
Moral da história para humanos: se queres comer um porquinho apanha-o antes de ter tempo para construir uma fortaleza e anexos, se não habitua-te à fome.
Moral da história para vegetarianos: não há nada como uma saladinha para evitar estas complicadas ementas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um texto para nunca esquecer

----Artigos da declaração de Independência Americana----

Sempre que qualquer forma de governo se apresente destruidora da vida, da liberdade e da busca da felicidade, o povo tem o direito de a alterar ou de a abolir e de instituir um novo governo, baseando-o em princípios e organizando os seus poderes da forma que lhe parecer mais apta para tornar efectiva a sua segurança e a sua felicidade...

...quando uma longa série de abusos e de usurpações, tendo por alvo invariàvelmente o mesmo objecto, evidencia um plano para submeter o povo a um despotismo absoluto, é direito e dever deste derrubar tal governo e escolher novos guardiões para a sua futura segurança.
Levanta-se do chão quem sente
Apoia-se na árvore quem raciocina
Caminham os que buscam razão no sentir
Descansam os que nada sentem com razão